domingo, 7 de agosto de 2011

Prof. Luziana 1º A e B

 
Figuras de linguagem

São recursos expressivos usados para dar maior beleza ao texto. A parte da gramática que estuda as figuras de estilo é a estilística.
Vamos conhecer algumas figuras:

Aliteração

Repetição de fonemas consonantais iguais ou semelhantes, iniciais de um verso ou de palavras.
Exe.: ...Viola Violeta, Violenta, Violada...

Antítese

Consiste na colocação de duas idéias opostas lado a lado
Exe.: A mentira o matou porque ele queria a verdade (jornal da Tarde)
Assíndeto

Ausência de conjunção aditiva.
Exe.: vim, vi, venci.

Catacrese

Dá um novo sentido a uma palavra existente.
Exe.: pé do vaso

Clímax ou Gradação

Seqüência de palavras cujo significado vai- se intensificando ou tornando- se mais fraco.
Exe.:
Havia o céu, havia terra, muita gente e mais Anica com seus olhos claros e brincalhões... (Bernado Élis)

Comparação
Estabelece um termo de comparação entre dois elementos por meio de uma qualidade comum aos dois
Exe.:
E a hora, como um leque, fecha- se... (Fernando Pessoa)

Elipse
Ocorre quando há ocultamente de um termo
Exe.:
“Na terra, tanto guerra, tanto engano”
(elipse no verbo haver)

Hipérbole
Consiste no exagero de expressão.
Exe.: ela morreu de medo.

Ironia
Consiste na declaração do contrário do que se quer dizer.
“... velho começou a ficar com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavérica.” (Stanislaw Ponte Preta)

Pleonasmo ou Redundância

Consiste na repetição de idéias.
Exe.: Vi com meus próprios olhos

Polissíndeto
Ocorre quando há repetição do conectivo.
Exe.: Não havia ricos, nem pobres, nem Furtos...

Prosopopéia ou Personificação

Consiste na atribuição de características humanas a seres inanimados.
Exe.: O mato, já zarolho, enrolando as folhas. (Rachel de Queiroz)

Metáfora
Relaciona dois seres por meio de uma qualidade comum atribuída a ambos. Veja em “Meu pai é Bravo como um leão”. Estabelece- se entre ambos a braveza como qualidade comum. Entretanto, no comunicado da metáfora, aparece apenas um dos termos da comparação
Exe.:
Meu pai é um Leão
Meu cartão de crédito é uma navalha. (cazuza)

Metonímia
 Consiste na substituição de uma palavra ou expressão por outra palavra ou expressão por outra com a qual tenha relação de sentido.
Exe.: Nunca abandones a cruz.
(Símbolo religioso)
Ela é uma grande raquete
Meu filho Rafael e um bom garfo.

Onomatopéia
Consiste na imitação de sons.
Exe.: O Miado do gato desapareceu rápido quando dona Gertrudes chegou.
A insistência do Blin- blon da campainha me incomoda.

Zeugma
Omissão de uma palavra já expressa anteriormente.
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida mais amores (Gonçalves Dias)
(Nossa vida tem Mais amores)



sábado, 30 de julho de 2011

Metodologia do trabalho cientifico

Como se faz uma pesquisa

Capa



Tema da pesquisa
Contra capa

Nome da escola
Disciplina/nome do professor
Nome do aluno/n/série

Tema da pesquisa


Campo Limpo, São Paulo 2011
Sumário

Introdução.....p.
CapituloI(nome).....
Capitulo II(nome)..
Analise...............p
Referencia bibliográfica.......P.
Introdução

“Esta é a ultima parte a ser feita na pesquisa, pois vou apresentar um forma de narrativa todo o andamento da pesquisa”

Capitulo I 
Escrevo o subtítulo da pesquisa
Capitulo II-

Escrevo o subtítulo da pesquisa.







Analise

 Escrevo o que aprendi ao realizar a pesquisa.
Referencia Bibliográfica;

Cito livros e revistas que fizeram rapte da construção da pesquisa

domingo, 24 de julho de 2011


LITERATURA

Como ensinar a seu filho que ler é um prazer

Dicas para incentivar seu filho a ler todos os dias e, assim, ter amor pelos livros

05/07/2010 14:52
Texto Redação Educar
Educar
Foto: Dennis M. Ochsner/Getty Images
Foto: livros
Pesquisas mostram que quanto mais cedo se começa ler maiores são chances de se tornar um leitor assíduo
Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. "Por meio da leitura, a criançadesenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores", diz Márcia Tim, professora de literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP).

A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.

Quem é acostumado à leitura desde bebezinho se torna muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos. Parece exagero? Nos Estados Unidos, por exemplo, a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation) garante que, para a criança de 0 a 5 anos, cada ano ouvindo historinhas e folheando livros equivale a 50 mil dólares a mais na sua futura renda.

Então, o que está esperando? Veja nossas recomendações e estimule seu filho a embarcar na aventura que só o bom leitor conhece. Você pode encontrar boas dicas de livros em nossa biblioteca básica de leitura!

Literatura



100 livros essenciais da literatura brasileira

Dom Casmurro, Macunaíma, O Tempo e o Vento e outras obras fantásticas que você deve ler uma vez na vida

01/11/2008 18:37
Texto Helio Ponciano e Marcelo Pen
Bravo
Foto: Dreamstime
Livros
Os melhores livros do Brasil
Quais são os 100 livros fundamentais, essenciais, imperdíveis da literatura brasileira? Que romance, poesia, crônica ou conto você não pode deixar de ler na vida? Dom CasmurroBrás CubasMacunaíma, Sargento de MilíciasGrande Sertão Veredas e outras grandes obras do Brasil. A revista Bravo selecionou os 100 melhores livros dos melhores autores do país. Aqueles clássicos que caem no vestibular com 100% de certeza. Um ranking dos livros mais importantes do Brasil. Veja a lista no final do texto ou siga as dicas de 17 educadoras que selecionaram os livros essenciais para ler dos 2 aos 18 anos e chegar a vida adulta com boas referências, no hotsite Biblioteca Básica.

Escritores costumam ser, até por ofício, bons frasistas. É com essa habilidade em manejar palavras, afinal, que constroem suas obras, e é em parte por causa dela que caem no esquecimento ou passam para a história. Uma dessas frases, famosa, é de um dos autores que figuram nesta edição, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Quase um século depois, a sentença é incômoda: o que fazer para fazer deste um Brasil melhor? No que lhe cabe, a literatura ainda não deu totalmente as suas respostas.

Outro grande criador de frases, mais cínico na sua genialidade, é o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, outro autor representado nesta edição. Dizer que "toda unanimidade é burra" é muito mais que um dito espirituoso: significa mesmo uma postura em relação às coisas do mundo e do homem tão crucial quanto aquela do criador do Sítio do Picapau Amarelo.

É evidente que o ranking das 100 obras obrigatórias da literatura brasileira feito nesta edição não encontrará unanimidade entre os leitores. Alguns discordarão da ordem, outros eliminariam títulos ou acrescentariam outros. E é bom que seja assim, é bom que haja o dissenso: ficamos longe da burrice dos cânones dos velhos compêndios e da tradição mumificada.

Embora tenha sua inevitável dose de subjetividade, a seleção feita nesta edição, contudo, está longe de ser arbitrária. Os livros que, em seus gêneros (romance, poesia, crônica, dramaturgia) ajudaram a construir a identidade da literatura nacional não foram desprezados (na relação geral e na ordem). Nem foram deixados de lado aqueles destacados pelas várias correntes da crítica, muito menos os que a própria revista BRAVO!, na sua missão de divulgar o que de melhor tem sido produzido na cultura brasileira, julgou merecer.

O resultado é um guia amplo, ao mesmo tempo informativo e útil. Para o leitor dos livros de ontem e hoje, do consagrado e do que pode apontar para o inovador. Não só para a literatura, mas também, como queria Lobato, para os homens e para o país que ainda temos de construir. A seguir, os 100 livros essenciais da literatura brasileira, listados em ordem alfabética de autor. Leia e divirta-se!

Adélia Prado: Bagagem 

Aluísio Azevedo: O Cortiço

Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos
                                       Noite na Taverna 
Antonio Callado: Quarup 

Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda 
Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino

Augusto de Campos: Viva Vaia 
Augusto dos Anjos: Eu 

Autran Dourado: Ópera dos Mortos

Basílio da Gama: O Uraguai

Bernando Élis: O Tronco

Bernando Guimarães: A Escrava Isaura

Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados 
Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo
                                                           Claro Enigma

Castro Alves: Os Escravos
                          Espumas Flutuantes

Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
                                Mar Absoluto

Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H.
                                  Laços de Família

Cruz e Souza: Broquéis 

Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba

Dias Gomes: O Pagador de Promessas 
Dyonélio Machado: Os Ratos 
Erico Verissimo: O Tempo e o Vento

Euclides da Cunha: Os Sertões 
Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro?

Fernando Sabino: O Encontro Marcado 

Ferreira Gullar: Poema Sujo

Gonçalves Dias: I-Juca Pirama 
Graça Aranha: Canaã

Graciliano Ramos: Vidas Secas
                                   São Bernardo

Gregório de Matos: Obra Poética

Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas
                                 Sagarana

Haroldo de Campos: Galáxias 

Hilda Hilst: A Obscena Senhora D

Ignágio de Loyola Brandão: Zero

João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço

João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina

João do Rio:A Alma Encantadora das Ruas

João Gilberto Noll: Harmada 
João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos

João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro

Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha

Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela
                           Terras do Sem Fim

Jorge de Lima: Invenção de Orfeu 
José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen

José de Alencar: O Guarani
                                 Lucíola

José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto

José Lins do Rego: Fogo Morto

Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma

Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada 
Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé

Luiz Vilela: Tremor de Terra

Lygia Fagundes Telles: As Meninas
                                          Seminário dos Ratos

Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas
                                     Dom Casmurro

Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias 
Manuel Bandeira: Libertinagem
                                  Estrela da Manhã 
Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre 
Mário de Andrade: Macunaíma;
                                   Paulicéia Desvairada 
Mário Faustino: o Homem e Sua Hora

Mário Quintana: Nova Antologia Poética

Marques Rebelo: A Estrela Sobe 
Menotti Del Picchia: Juca Mulato

Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo

Murilo Mendes: As Metamorfoses

Murilo Rubião: O Ex-Mágico

Nelson Rodrigues:  Vestido de Noiva
                                   A Vida Como Ela É

Olavo Bilac: Poesias 
Osman Lins: Avalovara 
Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande
                                       Memórias Sentimentais de João Miramar 
Otto Lara Resende: O Braço Direito 
Padre Antônio Vieira: Sermões 
Paulo Leminski: Catatau 
Pedro Nava: Baú de Ossos

Plínio Marcos: Navalha de Carne

Rachel de Queiroz: O Quinze

Raduan Nassar: Lavoura Arcaica
                               Um Copo de Cólera

Raul Pompéia: O Ateneu 
Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas

Rubem Fonseca: A Coleira do Cão

Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson 
Stanislaw Ponte Preta: Febeapá 

Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu
                                                Cartas Chilenas

Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética

Visconde de Taunay: Inocência

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Linguagem Teatral

301ff5c8 Curso de Teatro GratuitoCom o objetivo de facilitar melhor a compreensão sobre a linguagem teatral, é importante recordarmos sobre as três modalidades pertencentes aos gêneros da literatura. Entre eles, destacam-se:

Gênero Lírico - Representa o estado de alma, a subjetividade representada pela voz do poeta.

Gênero Épico - Retrata os grandes feitos heroicos que fizeram parte da história de um povo. Geralmente mescla-se com figuras sobrenaturais, como é o caso das musas e deuses da Mitologia Grega, sendo que estes agem contra ou a favor de um determinado acontecimento ao longo da narrativa.

Gênero Dramático - Refere-se à linguagem encenada, representada pela linguagem teatral, contando com a participação de elementos extraverbais, como cenário, figurino, iluminação e sonoplastia.

Especificamente, a linguagem teatral, como já detectamos, pertence ao gênero dramático, e tem a Dramaturgia como elemento primordial. A palavra Drama origina-se do grego, que significa “ação”. 
O texto teatral teve seu papel de destaque na Grécia antiga, por volta do século V a.C., as peças apresentadas baseavam-se nas Tragédias, uma vez que as mesmas tinham o objetivo de levar aos espectadores à catarse, isto é, à purificação da alma por meio da libertação das emoções. Os conflitos envolviam problemas de poder e honra e eram vividos por personagens representados pela classe social privilegiada. 
Com as tragédias surgiram outras modalidades do gênero dramático, as quais se definem como:

Comédia - Representação de situações do cotidiano, com personagens representadas pelas classes populares. A intenção era provocar riso através da crítica aos costumes.

Auto - Peça curta apresentada em festas religiosas, tendo como personagens, verdadeiros representantes de entidades abstratas, tais como a bondade, o pecado, a hipocrisia e a virtude.

Farsa - Peça curta que satiriza os costumes, dando ênfase ao grotesco.

Entre os principais dramaturgos e peças teatrais da Grécia Antiga, destacam-se:

# Ésquilo (Prometeu Acorrentado)
# Sófocles (Édipo Rei, Electra)
#Eurípedes (Medeia, As bacantes)
#Aristófanes (A paz, Assembleia de Mulheres)
# Antífanes (Menandro)
Ao longo da história, a linguagem teatral não só sofreu influências de outras linguagens como cinema, televisão e informática, como também passou por questionamentos sobre o seu real objetivo: a função catártica, que resultaram em denúncias sociais e reflexões filosóficas.

Barroco a arte da indisciplina

No século XVIII, o Brasil presenciou o surgimento de uma literatura própria a partir dos escritores nascidos na colônia, quando as primeiras manifestações valorizando a terra surgiram.

Contexto Histórico

Os fatos históricos fundamentais da época foram a Primeira invasão holandesa, que ocorreu na Bahia, em 1624, e a Segunda, em Pernambuco, em 1630, que perdurou até 1654.
As invasões aconteceram na região que concentrava a produção açucareira.
A produção literária não foi favorecida nesse período, pois a disputa pelo poder no Brasil era evidente e chamava toda a atenção.
O Barroco surgiu nesse contexto como fruto de esforços individuais, quando os modelos literários portugueses chegaram ao Brasil.
A arte que se desenvolveu com mais força foi a arquitetura, mas a partir da segunda metade do século as artes sofreram impulso maior.
Costuma-se considerar a publicação da obra Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, como o marco inicial do Barroco no Brasil. Esse é um poema épico, de estilo cancioneiro que procura imitar Os Lusíadas.

Os autores barrocos que mais se destacaram são:
- Gregório de Matos (na poesia);
- Pe. Vieira (na prosa);
- Bento Teixeira;
- Frei Manuel de Santa Maria Itaparica;
- Botelho de Oliveira;
- Sebastião da Rocha Pita;
- Nuno Marques Pereira.

Gregório de Matos (1633? – 1696)

Gregório de Matos é o maior poeta barroco brasileiro, sua obra permaneceu inédita por muito tempo, suas obras são ricas em sátiras, além de retratar a Bahia com bastante irreverência, o autor não foi indiferente à paixão humana e religiosa, à natureza e reflexão.
As obras desse escritor são divididas de acordo com a temática: poesia lírica religiosa, amorosa e filosófica.

- A lírica religiosa: explora temas como o amor a Deus, o arrependimento, o pecado, apresenta referências bíblicas através de uma linguagem culta, cheia de figuras de linguagem. Veja que no exemplo a seguir o poeta baseia-se numa passagem do evangelho de S. Lucas, quando Jesus Cristo narra a parábola da ovelha perdida e conclui dizendo que “há grande alegria nos céus quando um pecador se arrepende”:

A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,

eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
(Gregório de Matos)


- A lírica amorosa: é marcada pela dualidade amorosa entre carne/espírito, ocasionando um sentimento de culpa no plano espiritual.

- A lírica filosófica: os textos fazem referência à desordem do mundo e às desilusões do homem perante a realidade.

Em virtude de suas sátiras, Gregório de Matos ficou conhecido como “O boca do Inferno”, pois o poeta não economizou palavrões nem críticas em sua linguagem, que além disso era enriquecida com termos indígenas e africanos.

Eis um exemplo dos muitos “retratos” que Gregório de Matos compôs:

Soneto

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha,
Para levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.

Nesse texto o poeta expõe os personagens que circulavam pela cidade de Salvador - conhecida como Bahia- desde as mais altas autoridades até os mais pobres escravos.